A Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (DEFREC) de Bagé, coordenados pelo delegado Cristiano Ribeiro Ritta, com apoio dos policiais da 9ª Região Policial, Operação Fronteira e Brigada Militar, deflagraram hoje a Operação Guantanamo.

Após quatro meses de investigação, os agentes identificaram que sete grupos, formados por 17 detentos do Presídio Regional de Bagé, comandavam uma grande parte do tráfico de drogas na região da campanha. A última fase da investigação resultou no cumprimento de 40 mandados de busca. Cerca de 120 policiais, em 40 viaturas, foram necessários para realizar as diligências. Os grupos investigados tinham ramificações em diversas penitenciárias do Estado, como o Presídio Regional de Pelotas, a Penitenciária Estadual do Jacuí, o Instituto Penal de Novo Hamburgo e o Presídio Central de Porto Alegre.

O trabalho contou com o apoio dos órgãos de inteligência da Brigada Militar e da Susepe, que durante todo o período da investigação monitoraram o uso de telefones celulares dentro do Presídio. Nesse período os agentes prisionais fizeram ações incisivas para apreender alguns aparelhos celulares que estavam sendo utilizados pelos detentos e comprovar a materialidade dos crimes por eles praticados. Também participaram de diversas ações o Pelotão de Operações Especiais da Brigada Militar e o Grupamento de Operações Especiais da Polícia Civil.

Até o momento, a Polícia Civil já identificou a participação de mais de 50 pessoas ligadas ao tráfico. O caminho da droga foi mapeado desde a sua saída no Vale dos Sinos e na cidade de Pelotas, até a chegada para abastecer diversos pontos de tráfico em Bagé, Pinheiro Machado e Dom Pedrito. As ações ostensivas começaram em outubro, com a prisão de três carregamentos de droga que chegavam na cidade de Pinheiro Machado. Cinco pessoas foram presas e outras 10 foram indiciadas por tráfico e associação ao tráfico de drogas. Esse grupo era comandado de dentro do Presídio de Bagé e tinha como fornecedor um detento de Pelotas.

Em seguida um novo grupo foi identificado, com a prisão de um homem em flagrante quando recebia a droga para revender. O homem que entregava a droga havia saído dias antes do Presídio. Ele havia sido preso na Operação Spider, também deflagrada por aquela delegacia especializada em Bagé. Mais dois grandes carregamentos foram interceptados e cerca de 15 quilos de droga foram apreendidos. Uma mulher, de 19 anos, grávida de 4 meses, foi aliciada pelos traficantes em Novo Hamburgo para trazer a droga até Bagé. Novamente os líderes do esquema estavam dentro do Presídio de Bagé e de Novo Hamburgo. Um dos gerentes do tráfico investigados na Operação Spider foi novamente identificado enquanto negociava 500g de crack de dentro de Presídio. A droga foi apreendida na casa de uma mulher enquanto era descarregada. Os policiais ainda apreenderam dinheiro e munição de revolver calibre .38 que deveria ser entregue a um armeiro.

Em outra ação, que contou com o serviço da guarda do Presídio de Bagé, os agentes penitenciários flagraram uma mulher que tentava entrar com 50g de maconha escondida no corpo. A droga seria entregue para um preso vender aos demais e pagar uma dívida de tráfico com outro detento.

Segundo o delegado Cristiano Ritta, durante a investigação, outros crimes também foram descobertos, como negociações de veículos roubados, programações de assaltos e ataques a bancos.

No total, 32 pessoas estão presas, sendo que 15 foram presas em flagrante durante as investigações. A quantidade de droga apreendida é de aproximadamente 18 quilos. Estima-se que essa droga poderia render aos traficantes cerca de R$350.000,00 de faturamento. O crack apreendido corresponde a 10.000 pedras para consumo.

Fonte: DEFREC Bagé

Escrivão Jorge Felipe