O Dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de Novembro, é uma data criada para homenagear e lembrar sobre a força, a resistência e o sofrimento que a população negra passou e passa até hoje, desde os tempos da escravidão. A data marca a importância das discussões e ações para combater o racismo e a desigualdade social no país, bem como destacar os avanços na luta do povo negro e celebração da cultura afro-brasileira.

Em mais de 180 anos de história, pela primeira vez, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul é comandada por um homem negro: o Delegado de Polícia Fernando Antônio Sodré de Oliveira.

No Dia da Consciência Negra, durante entrevistas a veículos de comunicação, o Delegado Sodré falou sobre seu sentimento ao ocupar o mais alto cargo da instituição: “ Meu sentimento é de orgulho e consciência de que, quando um homem negro, mulher negra ou parda chega a uma posição de representatividade, ele não vem sozinho, ele vem com um número de pessoas que há muitos anos vem buscando espaço, trabalhando e se dedicando para que possam ocupar espaço de relevância social. E quando ocupa esse espaço, ele tem a responsabilidade de ser um representante também de todo esse grupo e permitir àquelas pessoas que estão vindo depois de nós que consigam se espelhar e se enxergar nesta posição de representatividade”.

O Chefe de Polícia também destacou a responsabilidade que é preciso ter sobre o tema: “É uma responsabilidade muito grande, temos que trazer um olhar diferenciado para as instituições que trabalhamos, trazer uma conscientização destas pessoas para esse fenômeno que temos chamado no Brasil de racismo estrutural, de racismo institucional. Temos que conscientizar as instituições, públicas e privadas, que nós podemos fazer diferente, pensar as pessoas de forma diferente, aproveitar a diversidade como um elemento transformador e melhorador das instituições como um todo”.

Nesta data tão significativa, o Chefe de Polícia ainda falou sobre transformação através da conscientização: “Acho que se cada pessoa, que se conscientiza da realidade da questão racial no Brasil e consegue discutir serenamente com as pessoas, buscar que as pessoas percebam que nós precisamos rever algumas práticas, muitas delas históricas, arraigadas, que já vêm de várias gerações, isso precisa ser entendido pra que a gente possa, com muita serenidade e equilíbrio, de forma conjunta, transformar a sociedade. Fazer diferente passa primeiro pela conscientização, porque se as pessoas se conscientizam, a gente consegue o agir diferente e aí começa a transformação”, concluiu o Delegado Sodré.