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Nota de Imprensa - Incêndio na boate Kiss em Santa Maria - 30 dias

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Inquérito - Foto: Polícia Civil RS

Três etapas de investigação para o esclarecimento dos fatos

Nesta quarta-feira (27/02), dia que marca um mês desde o dia do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, a Polícia Civil continua com o trabalho que teve início instantes após o incêndio que, até o momento, vitimou fatalmente 239 pessoas além de fazer centenas de feridos.

A investigação do fato, coordenada pelo delegado titular da Delegacia de Polícia Regional de Santa Maria, Marcelo Mendes Arigony, apresenta três etapas principais, que nortearam as ações para esclarecer o fato. Quatro delegados se somam ao Delegado Regional na coordenação da equipe de policiais que trabalha no caso. São eles: Del. Sandro Meinerz, Del. Luiza Sousa, Del. Gabriel Zanella e Del. Marcos Vianna.

Ao tomar conhecimento do incêndio, Investigadores, Inspetores, Escrivães, Comissários e Delegados se deslocaram até o local para dar início aos trabalhos. Juntamente com agentes de outras instituições e peritos, começaram imediatamente no gerenciamento de crise e no trabalho que definiu a primeira etapa das ações da Polícia civil: identificação das vítimas e liberação dos corpos.

Também teve início, no mesmo momento, a tomada de depoimentos de pessoas que tiveram ligação direta com o fato que, juntamente com a análise de documentos referentes ao histórico do local da boate, são os pontos principais da segunda etapa da investigação.

As autoridades policiais solicitaram perícias ao Instituto Geral de Perícias e começaram a análise de imagens de celulares de testemunhas e sobreviventes.

Após a análise documental, de vídeos e solicitação de perícias, teve início a terceira etapa da investigação onde, então, os policiais começaram a ouvir os agentes responsáveis pela fiscalização e funcionamento da boate Kiss, que é o ponto principal da terceira e última etapa da investigação antes da conclusão do inquérito.

Segue uma síntese cronológica das ações da Polícia Civil em uma retrospectiva de um mês do incêndio.

1ª Semana: 27/01 a 02/02

Durante a primeira semana se deu a instauração do Inquérito Policial com a identificação dos proprietários da boate, funcionários, músicos, frequentadores e vítimas. O trabalho da polícia, que reuniu cerca de 100 policiais de toda a região, inicialmente se concentrou em identificar as vítimas e liberar os corpos para que os parentes e amigos pudessem prestar as devidas homenagens póstumas.

Em cerca de 24 horas, as vítimas foram identificadas e os corpos foram liberados. Foram confeccionados mais de 230 autos de reconhecimento, registro de ocorrência das mortes e emissões dos respectivos atestados de óbitos. Juntamente com esse esforço inicial, foi dado início às investigações com solicitação de perícias oficiais do Instituto Geral de Perícias e a tomada de depoimentos de testemunhas e sobreviventes.

O Inquérito Policial, apenas na primeira semana já contava com mais de 80 oitivas realizadas.

A Polícia Civil solicitou ao Corpo de Bombeiros, Prefeitura Municipal de Santa Maria e Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura todos os documentos referentes ao histórico do prédio da boate Kiss. Foram realizadas reuniões de trabalho com Ministério Público, Instituto Geral de Perícias, Brigada Militar e Secretaria de Segurança Pública.

As autoridades policiais realizaram o pedido de quatro prisões temporárias de pessoas envolvidas diretamente com o fato, que foram decretadas pelo Poder Judiciário. Três foram presos por policiais e um dos investigados se apresentou à polícia.

Ainda na primeira semana, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão para a obtenção de materiais referentes à investigação. Foi criado ainda um e-mail específico para denúncias que, nas primeiras 48 horas já contava com mais de 50 e-mails com informações.

Foi realizada uma reconstituição preliminar, com cinco pessoas entre sobreviventes, funcionários e ex-funcionários da boate.

2ª Semana - 03/02 a 09/02

A segunda semana desde o começo das investigações foi marcada pela análise das centenas de páginas de documentos enviados pelo Corpo de Bombeiros, Prefeitura Municipal e Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA), e continuação da tomada de depoimentos.

Nessa semana, a Polícia Civil desenvolveu um programa para auxiliar a identificação de pessoas que estiveram na boate Kiss e sobreviveram ao incêndio. O programa também ajudará a dimensionar a quantidade de pessoas que estava na festa quando o incêndio ocorreu.

Até o dia 09/02, mais de 170 pessoas foram ouvidas.

3ª Semana - 10/02 a 16/02

A terceira semana de investigação continuou com a análise das documentações e intensificou-se a tomada de depoimentos. A partir da terceira semana a Polícia Civil começou a ouvir bombeiros que trabalharam no resgate.

Até o dia 16/02, cerca de 260 pessoas foram ouvidas.

4ª Semana - 17/02 a 23/02

Chegam a Santa Maria dois peritos do Distrito Federal munidos de equipamento especial que realiza uma varredura tridimensional no ambiente e possibilita criar uma maquete virtual do local do incêndio. A partir do dia 18, a Polícia Civil começou a ouvir os agentes públicos responsáveis pelas diversas fiscalizações da boate, desde o início de seu funcionamento até a atual gestão.

Foram ouvidos bombeiros, fiscais da prefeitura, secretários e ex-secretários no que se pode chamar de terceira etapa da investigação, que é a de apurar se houveram falhas na fiscalização.

Até o dia 23/02, mais de 450 pessoas foram ouvidas.

Na data de hoje, dia em que a tragédia completa 30 dias (27/02), mais de 500 pessoas já foram ouvidas e o inquérito possui cerca de 3250 páginas, compiladas em 13 volumes.

Polícia Civil RS