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Operação O Infiltrado é deflagrada no combate à lavagem de dinheiro, violação de sigilo funcional e organização criminosa

A investigação identificou a movimentação suspeita de mais de R$ 7 milhões por parte dos investigados

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-- - Foto: DCS/PCRS

A Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul, por meio da Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Dercap), deflagrou nesta quarta-feira (18) a Operação O Infiltrado. A ofensiva é resultado de uma investigação de lavagem de dinheiro, violação de sigilo funcional e organização criminosa.

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-- - Foto: DCS/PCRS

Aproximadamente 200 policiais civis cumpriram 47 mandados de busca e apreensão nas cidades de Alvorada, Cachoeirinha, Gravataí, Nova Santa Rita, Novo Hamburgo, Porto Alegre, Rio Pardo, São Leopoldo e Viamão. Até o momento, uma pessoa foi presa. Celulares foram apreendidos durante a ação.

As investigações apontam que um estagiário do Poder Judiciário, já afastado e investigado em outras oportunidades, teria se utilizado de suas funções para acessar e repassar informações sigilosas de interesse a integrantes de uma organização criminosa com atuação na região metropolitana de Porto Alegre. Ao mesmo tempo que cobrava por essas informações era, também, importante elemento num esquema de lavagem de dinheiro da organização criminosa, operando na ocultação e dissimulação dos valores obtidos com atividades ilícitas praticadas pelo grupo criminoso.

Segundo o Delegado Guilherme Calderipe, titular da DRLD/Dercap, este acesso privilegiado permitia que líderes e operadores do tráfico de drogas, mesmo recolhidos ao sistema prisional, adotassem estratégias de blindagem patrimonial, mobilidade e dissimulação de valores, dificultando a atuação dos órgãos de segurança pública na recuperação desses ativos originados de atividades ilícitas: “A operação representa o compromisso da DRLD/Dercap no enfrentamento à contaminação institucional por interesses criminosos e na busca da recuperação de ativos do crime organizado. A investigação demonstrou, de forma robusta, o aproveitamento indevido de estruturas do Estado para fins escusos, evidenciando o envolvimento profundo de um ex-servidor com a criminalidade organizada e hoje buscamos maiores elementos de convicção do que até aqui já foi apurado”, afirmou Calderipe.

Conforme as investigações, um ex-estagiário do Poder Judiciário do Foro de Gravataí, já afastado e investigado em outra operação da Polícia Civil, é apontado como um dos principais operadores do grupo. Segundo os elementos colhidos, ele vendeu informações internas de investigações em curso, permitiu o acesso a dados protegidos por sigilo e atuou diretamente na blindagem e ocultação de valores obtidos pela organização criminosa com suas atividades como o tráfico de drogas e extorsões: “O ex-estagiário movimentou, entre 2022 e 2023, cerca de R$ 2 milhões, grande parte sendo em depósitos em espécie e com uso de contas bancárias de terceiros, inclusive de familiares. As análises bancárias e telemáticas revelaram um amplo sistema de lavagem de capitais, com utilização de duas empresas de fachada e ‘laranjas’ ligadas aos traficantes”, complementou Calderipe.

O Diretor do Dercap, Delegado Cassiano Cabral, destacou a importância da investigação: “A investigação identificou a movimentação suspeita de mais de R$ 7 milhões por parte dos investigados, valor este que se presume ser oriundo da atividade criminosa e que foi dissimulado por meio de empresas de fachada, contas de terceiros e depósitos fracionados em espécie”, complementou.

Um dos outros investigados, considerado um dos principais coordenadores da operação criminosa, atualmente cumpre pena no Presídio de Charqueadas, mantendo ativa a cadeia de comando por meio de terceiros. Quarenta e duas pessoas físicas investigadas e duas pessoas jurídicas tiveram o sigilo bancário e fiscal analisado na investigação.

Polícia Civil RS