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Polícia Civil deflagra Operação Calvário em investigação de uso de diárias para destinos turísticos em Bom Jesus

Publicação:

Câmara de Vereadores de Bom Jesus
Câmara de Vereadores de Bom Jesus foi alvo de mandado de busca e apreensão

A Polícia Civil, por meio da 1ª Delegacia de Combate à Corrupção (1ª Decor) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) deflagrou a Operação Calvário, em investigação a crimes contra a administração pública, como peculato e associação criminosa. A apuração provém de suspeita do uso indiscriminado e desvirtuado de diárias de viagem por vereadores e servidores públicos do Poder Legislativo do município de Bom Jesus.

Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão, sendo investigados sete vereadores e três servidores da Câmara Legislativa da cidade, do exercício eleitoral de 2018. Ficou averiguado que o Presidente da Câmara de Vereadores daquele ano foi o principal operador do esquema, tendo se utilizado de diárias de viagem de maneira desvirtuada, à margem da legalidade, para lugares turísticos desnecessariamente e como complementação de renda, obtendo o valor de R$ 97.600,00 em diárias, sem contar oito de seus assessores que, no mesmo exercício financeiro, realizaram mais de 180 cursos pagos pela Câmara.

No tocante da operação, ficou constatado que durante aquele exercício financeiro, o município de Bom Jesus alcançou um gasto de diárias de R$ 382.000,00, comparando a cidade de Porto Alegre, que obteve R$ 181.000,00 e a cidade vizinha de Cambará do sul com R$16.800.00. O modo de atuação dos vereadores consistia em viagens para Florianópolis/SC, São Paulo/SP, Brasília/DF e Foz do Iguaçu/PR, destinos na maioria das vezes distantes e turísticos, a pretexto de fazerem cursos, pois, para fora do Estado do Rio Grande do Sul a diária é paga em dobro.

O delegado Max Otto Ritter afirma que o abuso com gastos com diárias na Câmara de Vereadores de Bom Jesus de forma desarrazoada, excessiva e desenfreada, como foi, é crime, ou seja, vai além do imoral e da improbidade administrativa. “O que ocorreu foi verdadeiro desvio de recursos públicos em proveito próprio por agentes políticos e servidores públicos. O Ministério Público de Contas apontou o mau uso de verbas públicas como característica de enriquecimento salarial ilícito e falta de racionalidade e ao desvio de finalidade na concessão de diárias”, salientou o delegado.

 

Polícia Civil RS