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Polícia Civil deflagra Operação Turrim Lavare contra lavagem de dinheiro oriunda do narcotráfico

209 ordens judiciais foram cumpridas em 19 municípios do Rio Grande do Sul e Santa Catarina

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Operação Turrim Lavare
Operação Turrim Lavare

Nesta quinta-feira (16/10), a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro (DRLD), do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), deflagrou a Operação Turrim Lavare, com o objetivo de descapitalizar e responsabilizar criminalmente integrantes de uma organização criminosa voltada à lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas.

As ações operacionais desencadeadas nesta manhã visaram o cumprimento de 209 medidas cautelares, sendo:
• 68 mandados de prisão preventiva;
• 37 mandados de busca e apreensão;
• 74 bloqueios de contas bancárias;
• 6 sequestros de imóveis (dois deles localizados em Santa Catarina);
• 20 veículos com ordem de indisponibilidade via Renajud;
• 4 sequestros de veículos.

As ordens judiciais foram cumpridas em 19 municípios: Novo Hamburgo, Campo Bom, Três Coroas, Lajeado, Gravataí, Alvorada, Capão Novo, Tramandaí, Novos Cabrais, Porto Alegre, Torres, Esteio, Canoas, São Leopoldo, Sapucaia do Sul, Portão e Montenegro, em Santa Catarina, Florianópolis (SC) e Vargem Bonita (SC).

Até o momento, durante as diligências, 50 pessoas foram presas. Também foram apreendidos 10 veículos, armas de fogo, munições, drogas, dinheiro, balanças de precisão, anotações do tráfico de drogas, entre outros objetos.

Ainda, também foi determinado o bloqueio de valores de até R$ 120.326.000,00 (cento e vinte milhões e trezentos e vinte e seis mil reais), como medida destinada à descapitalização do grupo criminoso investigado. Além disso, a indisponibilidade de ativos pode chegar a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais).

Segundo o Delegado Adriano Nonnenmacher, da DRLD/Denarc, o modus operandi da organização era a lavagem de capitais no sistema financeiro, com a inserção de ativos ilícitos na economia formal por meio da compra de veículos e imóveis. “As movimentações no sistema bancário eram realizadas por meio de dissimulações estruturadas, pulverizações, smurfing, fracionamentos, triangulações, uso de contas de idosos e contas de passagem (depósitos e saques rápidos), bem como através de casas lotéricas. Os valores espúrios circulavam entre líderes, gerentes e operadores de outras cidades (ligados ao tráfico), além de diversos 'laranjas'. Chamou a atenção o recrutamento de indivíduos com antecedentes por crimes graves, como tráfico, homicídios e roubos, para a pulverização dos valores em diversas contas, mediante transações de baixo valor conectadas a gerentes e líderes. No montante, os valores movimentados eram milionários, demonstrando a expertise da organização para evitar a detecção pelos órgãos de fiscalização”, explicou o Delegado.

O Delegado Rafael Liedtke, também da DRLD/Denarc, destacou que além dos líderes regionais e comparsas residentes no litoral gaúcho, foi decretada a prisão preventiva de um grande líder de organização criminosa de âmbito estadual, que havia sido preso recentemente no exterior pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa. “As provas financeiras também comprovaram a conexão entre o litoral e uma camada importante de operadores ligados a líderes estaduais da Grande Porto Alegre, indicando a forte capilaridade da organização entre as regiões gaúchas”, acrescentou Liedtke.

O Delegado Alencar Carraro, diretor de investigações do Denarc, explicou que as ações desta quinta-feira fazem parte da segunda fase da operação. “Esta segunda fase é importante por atingir a alta cúpula do narcotráfico gaúcho, com base em provas robustas obtidas após um ano de análises e diligências. Na primeira fase, deflagrada em 2023, já haviam sido presos 53 criminosos, apreendidas 21 armas de fogo e drogas, além da comprovação do envolvimento da quadrilha com homicídios no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, bem como ameaças a autoridades policiais, com prisão de empresários, comerciantes e um advogado”, explicou Carraro.

Para o Delegado Carlos H. Wendt, Diretor do Denarc, trata-se de mais uma ação exitosa da Polícia Civil, por meio do Denarc, com o objetivo de atingir organizações com grande poderio financeiro e seus distribuidores de drogas em escala estadual. “Desde 2019, todos os líderes das organizações criminosas voltadas ao tráfico foram indiciados ou presos pelo Denarc, além da descapitalização de mais de R$ 130 milhões até o momento”, frisou Wendt.

A ação é resultado da atuação específica da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, através do DENARC/DRLD, com apoio operacional de outras unidades da Instituição, Polícia Civil de Santa Catarina e do Ministério da Justiça, através da Secretaria de Operações Integradas/DIOPI.

Por fim, destaca-se que a ação contou com o apoio da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (DIOPI/Senasp) por meio do Projeto IMPULSE, iniciativa vinculada ao Programa ENFOC que visa fomentar operações integradas voltadas ao enfrentamento e à descapitalização de organizações criminosas.

Segundo o diretor de Operações Integradas e de Inteligência, Rodney da Silva, a iniciativa reforça o compromisso da Secretaria Nacional de Segurança Pública em promover a integração entre as polícias judiciárias e fortalecer a capacidade investigativa dos estados no combate ao crime organizado e ao tráfico de drogas.

Polícia Civil RS