Polícia Civil esclarece golpe milionário contra Arquidiocese de Porto Alegre
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Agentes da 1ª Delegacia de Polícia, coordenados pelo delegado Paulo César Jardim, esclareceram, após cinco meses de investigação, o que foi feito com os R$ 2,5 milhões que a Arquidiocese da Capital repassou ao ex-vice-cônsul de Portugal, Adelino Pinto. Segundo o delegado, parte do dinheiro foi gasto em institutos de beleza, hotéis gaúchos e cariocas, churrascarias, farmácias e lojas de eletroeletrônicos.
Conforme a Polícia Civil, em dezembro de 2010, Adelino procurou a Arquidiocese de Porto Alegre prometendo ajudar a conseguir recursos que seriam usados em reformas de igrejas - uma na Capital e outra no município de Triunfo. Para que isso acontecesse, a Arquidiocese teria de depositar R$ 2,528 milhões na conta de uma ONG belga, que seria ligada ao governo português e que esta repassaria aproximadamente R$ 12 milhões para ajudar nas obras. O dinheiro que a Arquidiocese teria repassado, segundo o delegado, seria um valor de contrapartida.
Antes do recebimento da primeira parcela do dinheiro, Adelino, que intermediaria a negociação, comprometeu-se, no mês de dezembro, em cartório, que não iria movimentar o dinheiro antes dos valores serem repassados.
Conforme o delegado, depois de uma semana o vice-cônsul fez uma remessa no valor de R$ 2,3 milhões em uma conta no seu nome, na Espanha, e aplicou cerca de R$ 400 mil em outra conta em seu nome no Banrisul.
Em janeiro, Adelino assinou o segundo termo de compromisso com a igreja que, na ocasião, ocorreu mais um depósito. No encontro, de acordo com o delegado, o ex-vice-cônsul não falou aos padres que já havia retirado o dinheiro de sua conta. No dia após assinar a outro terno, Adelino mandou, novamente, R$ 275 mil para sua conta da Espanha e em menos de uma semana depositou mais R$ 300 mil.
No mês de março Adelino gastou mais de R$ 247 mil, segundo a Polícia. "De dezembro a março Adelino utilizou 33 cheques, no valor aproximado de R$ 330 mil institutos de beleza, hotéis, farmácias, entre outros", explica o delegado.
Para o advogado da Mitra da Arquidiocese de Porto Alegre, Luciano Feldens, as provas derrubam a versão apresentada pelo ex-vice-cônsul, além de comprovar que Adelino não honrou com palavra firmada em cartório.
Feldens acredita que será possível que a igreja tente reaver o dinheiro com uma ação judicial imediata contra o governo português, pois Adelino se utilizou do cargo para ganhar a confiança dos padres.
Segundo delegado Paulo César Jardim, com as informações recebidas, já se tem a autoria e materialidade do crime e destino do dinheiro.
Antes de finalizar o inquérito, o delegado ainda irá ouvir as pessoas que receberam os cheques de Adelino.
Fonte: Assessoria de Imprensa
Juliana Uzejka
Estagiária de Jornalismo
Maurício Marquardt