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Polícia Civil gaúcha deflagra operação em 4 estados brasileiros contra quadrilha que roubava cargas vindas da Argentina

Roubo de cargas

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As ordens judiciais foram cumpridas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. - Foto: Carlos Vogt - Polícia Civil

Na manhã desta terça-feira (26), durante operação contra organização voltada à prática de roubos de cargas em quatro estados brasileiros, a Polícia Civil gaúcha prendeu 14 pessoas preventivamente e 1 em flagrante. A investida, denominada Operação Conexão Sul, ocorreu em cidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, onde foram cumpridas 22 ordens de busca e apreensão.

As investigações, que perduraram cerca de um ano e meio, apontaram a existência de um grupo estruturado para a prática de roubos de carga de alto valor agregado que adentravam o país pela fronteira com a Argentina, em especial cargas de salmão – embora a quadrilha também tenha efetuado roubos de outras espécies de carga, como carnes nobres, queijos e chocolate. Entre os anos de 2016 e 2020, foram identificados pelo menos 15 roubos do tipo somente no Rio Grande do Sul, com prejuízos que ultrapassam os R$ 10 milhões.

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Conforme as investigações, a organização criminosa possuía dois núcleos estruturantes: um em Uruguaiana e outro no litoral norte de Santa Catarina. O líder de cada núcleo contava com ajudantes aduaneiros (chamados por eles de “papel”), os quais repassavam informações privilegiadas sobre o tipo de carga, o caminhão que a transportava e quando ingressava no país por meio do porto seco de Uruguaiana. De posse desas informações, a quadrilha se deslocava de Santa Catarina até o Rio Grande do Sul, onde era recebida pelo núcleo gaúcho. Aqui, preparavam-se para a abordagem, que geralmente ocorria nas rodovias federais entre as cidades de Uruguaiana-São Borja-Ijuí.

A abordagem era feita com, pelo menos, dois veículos e uso de armas de fogo. Um indivíduo, denominado "elétrico", era responsável pelo desligamento dos sistemas de segurança do caminhão vítima e por acionar o uso de bloqueadores de sinal (jammers) de alta potência. Na sequência, o veículo era levado a outro local, onde a carga era transportada para um segundo caminhão, o qual seguia até o estado de Santa Catarina. Avisados pela quadrilha, os receptadores já sabiam que receberiam as cargas antes mesmo do roubo ocorrer, havendo, inclusive, a falsificação de notas fiscais para dar lastro à mercadoria. Os lucros eram distribuídos de forma organizada, com a ajuda de um “tesoureiro” da própria organização.

No curso das investigações, diversas cargas roubadas foram recuperadas e indivíduos presos em flagrante. Um dos líderes que estava preso, inclusive, aproveitou duas saídas temporárias de uma semana, em março e maio de 2018, para praticar dois roubos de cargas de salmão – ações que coordenou com o outro líder do bando, o qual, à época, também estava preso. Posteriormente, evadiu-se do sistema prisional e foi recentemente preso por tráfico de drogas na Argentina.
 
Apesar dos 20 mandados de prisão preventivas expedidos, a investigação identificou 40 indivíduos que participaram das ações da organização criminosa e que serão indiciados ao fim do inquérito policial. O julgamento será feito pela Comarca de Ijuí.

Ações deflagradas
Foram deflagradas ações nas cidades de Porto Alegre, Canoas, Uruguaiana e Santana do Livramento (RS); Tijucas, Itapema, Itajaí, Porto Belo e Penha (SC); Foz do Iguaçu (PR) e Presidente Prudente (SP).

Apoio operacional
A operação contou com cerca de 120 policiais civis da PCRS e com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Civil de Santa Catarina, Polícia Civil do Paraná e Polícia Civil de São Paulo, instituições que colaboraram de forma operacional e na troca de informações. Mais informações com o Delegado Alexandre Luiz Fleck, titular da Delegacia de Repressão ao Roubo e Furto de Cargas (DRFC), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

Ministério da Justiça e Segurança Pública
A operação foi viabilizada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio do Projeto M.O.S.A.I.C.O. - Modernização de Operações de Segurança Pública com Autonomia e Integração para o Combate a Organizações Criminosas, que tem como proposta principal apoiar investigações criminais do crime organizado, bem como a atuação em rede e integrada dos profissionais com essa atribuição.

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