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Bondes históricos que pertenciam à Polícia Civil são transportados ao Museu de Arte Contemporânea

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Bondes históricos que pertenciam à Polícia Civil são transportados ao Museu de Arte Contemporânea

Dia Nacional do Trânsito

Doação de veículos já havia sido formalizada em janeiro

 

Eles nasceram no estado americano de Massachusetts, em 1927. Vieram à Capital dos gaúchos 21 anos depois. Aqui, serviram à população nas ruas por longos 82 anos. Era hora de se aposentarem e, ainda assim, continuaram a servir. Da frota da qual fizeram parte, na Companhia Carris Porto-Alegrense, vieram a compor o patrimônio da Polícia Civil, em 1968 e 1970.

Agora, mais de 50 anos se passaram, e a jornada dos dois bondes históricos entra num novo capítulo e num novo acervo. Nesta sexta-feira pela manhã (25), dois guindastes fizeram a retirada do último bonde do estacionamento externo do Palácio da Polícia. O elétrico foi transportado de caminhão para o Museu de Arte Contemporânea (MACRS), da Secretaria da Cultura do Estado, situado na zona norte da Capital. Ontem foi a vez do primeiro bonde ser transportado. No percurso, a escolta de viaturas da Polícia Civil - dando proteção e, ao mesmo, despedindo-se das relíquias metálicas. "Essa é uma forma da Instituição comemorar o Dia Nacional do Trânsito, celebrado em 25 de setembro", exalta a Chefe de Polícia, delegada Nadine Tagliari Farias Anflor. "Eles serão restaurados e colocados para exposição ao público. É uma parte muito importante da nossa história que não pode ser esquecida", complementa.

Enquanto estiveram na Polícia Civil, os irmãos - ambos nasceram das mãos dos metalúrgicos da Osgood-Bradley - serviram de espaço de atendimento ao público. Era onde a população regularizava a documentação de veículos automotores e realizava testes teóricos para confecção da Carteira Nacional de Habilitação - o serviço, naquela época, era gerido pela Instituição.

Até de museu um dos bondes se revestiu para acomodar o acervo da Polícia, entre 1980 e início dos 90. De lá para cá também foram sede para o serviço cartorário do antigo Departamento de Trânsito (Dptran) e, mais tarde, do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Nos últimos anos de serventia à Polícia Civil, protegeram documentos da Instituição e serviram de lembrança da história dos modais de transporte público no estado.

 

Bondes na Capital

Embora um total de 229 bondes tenha circulado pelas ruas da Capital, o início da primeira linha gaúcha de bondes se deu com apenas 25 veículos, que ligavam o cais ao bairro Menino Deus.

Com o passar do tempo, novos bondes de nacionalidades diferentes tomavam as ruas porto-alegrenses, fossem eles americanos, belgas ou ingleses. O serviço, que ainda nos primórdios fora financiado pelo brasileiro Estácio da Cunha Bittencourt e pelo francês Emilio Gemberbe, foi encerrado em março de 1970. A linha de bonde da Capital entrou para a história como a segunda em todo país.

 

Carlos Vogt
JF

Polícia Civil RS