Decrab: a Polícia Civil no campo
Delegacias de Polícia Especializadas na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato coordenam ações de combate ao crime rural
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Em quase um ano de existência, a Divisão de Repressão aos Crimes Rurais e de Abigeato (Dicrab), vinculada ao Departamento de Polícia do Interior (DPI), vem comprovando a necessidade de sua existência, ante à realidade agrícola do Estado do Rio Grande do Sul.
Focada em crimes cometidos no meio rural, como abigeato, falsificação de sementes e defensivos agrícolas, pirataria e desvios de fertilizantes, comércio ilegal de insumos agrícolas, dentre outros, a Divisão contempla hoje cinco Delegacias de Polícia Especializadas na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (Decrabs) distribuídas, em especial, nas regiões Sul e Noroeste gaúchas.
Para o Diretor da Dicrab, Delegado Heleno dos Santos, a existência das Delegacias e da própria Divisão é justificada diante da demanda existente no meio rural. Desde o início da atuação, no fim de 2024, as Delegacias Especializadas já causaram prejuízo superior a R$ 10 bilhões ao crime rural, especialmente no furto de animais.
Atualmente, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul possui cinco delegacias instaladas, sendo a primeira em Bagé, a segunda em Alegrete, a terceira em Camaquã, a quarta em Cruz Alta e a quinta em Santo Ângelo. Há ainda a Decrab que será instalada nos próximos meses em Santo Antônio da Patrulha e outras duas previstas para Vacaria e Santa Maria.
“A atuação delas obedece a uma macrorregião. É muito trabalho, pois o território é amplo, então, o foco agora é aparelhar essas delegacias para aprimorar ainda mais a atuação policial”, ressalta o diretor da divisão.
Atuação das Decrabs
O foco das Decrabs é voltado ao crime organizado no meio rural. “Essa atribuição ela é exclusiva, ou seja, onde houver crime organizado relacionado a crimes rurais, a Decrab que investiga. Já nos casos em que há crime organizado em conjunto com crimes rurais, a Decrab pode auxiliar às Delegacias locais na investigação”, detalha o Delegado Santos.
Algumas das ações de destaque das Decrabs nestes mais de seis meses de existência, foram a Operação Semente Segura, deflagrada em maio deste ano, quando quase 400 toneladas de sementes pirateadas foram apreendidas; e a Operação Pampa, que já contou com duas edições e realizou diversas apreensões em relação ao abigeato e outros crimes.
Já quanto ao registro de ocorrências, o produtor rural pode buscar qualquer Delegacia da Polícia Civil ou optar pela Delegacia de Polícia Online do Agro, a Agrodol. Nela, o produtor pode fazer de casa do seu celular ou computador o registro policial e a ocorrência é enviada a uma DP ou a alguma Decrab para investigação. “É importante que o produtor sempre faça registro policial quando for uma vítima, porque a Polícia Civil trabalha com estatísticas para ajudar a entender a criminalidade rural e, a partir daí, planejar e executar melhor as suas ações de investigação e de repressão aos crimes rurais”, orienta o diretor da Dicrab.
Nesse cenário, o Delegado Heleno dos Santos reforça a importância do trabalho da Dicrab e das Decrabs. “A atuação especializada é importante para que os crimes do meio rural não fiquem ‘perdidos’ em meio a outros crimes. Outras áreas já atuam com a especialização, casos de homicídios, tráfico de drogas, crimes cibernéticos, e esse trabalho se provou ser muito positivo, porque o policial que investiga algum delito especializado, ele é, de forma positiva, forçado a adquirir conhecimentos naquela missão de combate ao crime e, com isso, ganha a investigação e ganha a comunidade”, finaliza.
As Decrabs também atuam muito em conjunto com outros órgãos nas ações investigativas e de fiscalização, como a Brigada Militar e a secretaria da Agricultura em nível estadual, o Ministério da Agricultura, em nível federal, e outros órgãos de vigilância e de fiscalização em nível municipal, além de outras instâncias como a ambiental, sanitária e de propriedade intelectual.