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Bisson conta as histórias da elite gaúcha

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Quatro crimes famosos de Porto Alegre, entre eles, os insolúveis casos Daudt e e caso Kliemann, e mais de 250 personagens, entre moradores e proprietários de comércio e equivalentes, tomam vida no livro Moinhos de Vento — Histórias de um bairro de Porto Alegre. De autoria do jornalista, doutorando em Letras, e assessor de imprensa da Polícia Civil, Carlos Augusto Bisson, Moinhos de Ventos — Histórias de um bairro de Porto Alegre foi lançado com expressivo sucesso na Livraria Saraiva do Shopping Moinhos na noite desta quarta-feira, dia 15 de outubro. Co-edição da Secretaria Municipal de Cultura com o Instituto Estadual do Livro, o livro faz parte da Série Porto Alegre Revisitada e custa 25 reais. Quem matou o jornalista José Antonio Daudt, na Quintino Bocaiúva, numa noite de junho há 20 anos atrás, ou os detalhes do assassinato de Margit Klieman, que até hoje assombram a imaginação de quem busca desvendar a autoria do assassinato da rua Barão de Santo Ângelo; o fantasmagórico crime da Lagoa dos Barros, sobre o assassinato, aos 17 anos, de Lisinka (Maria Luiza Haüssler), vista pelo última vez num baile da sociedade Germânia, cujo presumível assassino foi Heinz Schmelling, que se criou na Luciana de Abreu e na Praça Maurício Cardoso; o crime da Quintino Bocaiúva, 858, em 2004, em que Luis Sebastian Zanuzzi confessou ter matado e emparedado a esposa Sharon e os sogros Jorge Luiz e Gilda Ullmann. Estes são alguns dos fatos reavivados em Moinhos de Vento – histórias de um bairro de Porto Alegre, gerando novos olhares e novas interpretações a respeito destes que foram quatro crimes de grande repercussão, tendo em vista o fato de envolverem moradores de um bairro de elite da capital. É a história deste bairro, desde o loteamento da área, então denominada Arraial de São Manoel, em 1878, passando pelo seu estabelecimento como bairro da elite por volta da década de 30 até os diais atuais, que Bisson traça num trabalho cuidadoso, desenvolvido durante dois anos de pesquisas e um incontável número de entrevistas, conversas, buscas atrás de fotos antigas e materiais inéditos. Morador do Moinhos de Vento, onde sua família se estabeleceu em 1935, fundadora portanto do bairro, Bisson traça um rico perfil da vida dos cidadãos que ali desfilaram nos últimos 100 anos, dando-nos, ao mesmo tempo, um panorama de parte significativa da história da elite da capital gaúcha, tanto empresarial quanto política, ou seja, parte decisiva de nossa história. Moraram ali também, além de alguns membros expressivos da cultura local, como Erico Veríssimo, que residiu no Moinhos antes de mudar-se para Petrópolis, O maestro Pablo Komlós, fundador da OSPA, e o tradicionalista Paixão Côrtes. Sem descuidar de um retrato dos costumes e acontecimentos cotidianos através dos anos, Moinhos de Vento — histórias de um bairro de Porto Alegre recupera episódios históricos determinantes como a fuga, logo após o golpe de 64, do então deputado federal, Leonel Brizola, morador da Tobias da Silva; e de seu adversário político, também morador do Moinhos de Vento, Ildo Meneghetti que à época, refugiou-se em Passo Fundo. Membros das famílias conhecidas do Estado como Vargas, Goulart, Flores da Cunha, Aranha, Chaves Barcellos estiveram instalados no Moinhos ou nas proximidades. Também ali moraram os pioneiros da industrialização do Estado: A.J. Renner, João Walig, Abramo Eberle. Foi no Moinhos que surgiu um dos primeiros, senão o primeiro, salão de cabelereiros masculino, o Fernandinho, de Fernando Mendes, na rua Quintaino Bocaiúva. Foi ali também que surgiu o primeiro Prado da cidade e o Estádio do Grêmio. Local de grande efervescência cultural teve nos seus clubes, a Associação Leopoldina Juvenil, e o Grêmio Náutico União, espaços onde a população gaúcha viu, certamente, pela primeira vez, artistas como Jair Rodrigues, Elis Regina, Caetano Veloso e Gal Costa. Com 250 páginas, 20 das quais com fotos, Moinhos de Vento — Histórias de um bairro é a primeira obra individual de Carlos Augusto Bisson, organizador de outras duas obras de caráter histórico-sociológico: os livros Sobre Porto Alegre (Editora da Universidade, 1993) e junto com Sergius Gonzaga e Luiz Augusto Fischer, Nós, os gaúchos, 2 (Editora da Universidade, 1994). Estréia que vale conferir pelo interesse que despertam seus personagens na história da cidade, pela profundidade da pesquisa aliada ao excelente texto de Bisson. Assessoria de Imprensa

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