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Operação Máscara combate “golpe do falso familiar” ou “golpe do novo número”

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A Polícia Civil, por intermédio da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, deflagrou nesta manhã a Operação Máscara, uma grande ofensiva interestadual para desarticular uma complexa associação criminosa especializada no golpe conhecido como "Falso Familiar" ou "Golpe do Novo Número".

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A ação contou com o apoio crucial do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) da Coordenação-Geral de Crimes Cibernéticos (CGCIBER/Diopi/Senasp), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), da Polícia Civil de Goiás e da Polícia Civil do Mato Grosso. Cerca de 80 policiais civis foram mobilizados nos três estados.

Até o momento, três pessoas foram presas e diversas provas foram apreendidas para instrução das investigações.

Sofisticação e Rota do Dinheiro

A investigação, que durou um ano, revelou a atuação de uma organização criminosa ampla, bem organizada e com profundo conhecimento das brechas do sistema financeiro digital, indo além dos casos isolados de fraude.

Os criminosos se passavam por familiares (geralmente filhos ou sobrinhos), alegando uma emergência financeira urgente (como um carro quebrado ou uma conta bloqueada) para induzir as vítimas a realizar transferências imediatas. O inquérito foi impulsionado pela perda de R$ 10.135,00 por um morador gaúcho que acreditou estar socorrendo o filho.

Foi identificada uma divisão de funções e tarefas entre os membros do grupo, incluindo:

- Captadores: responsáveis pelo contato inicial com as vítimas;

- Conteiros: primeiros destinatários das transferências;

- Distribuidores: encarregados de pulverizar o dinheiro;

- Operadores Financeiros: titulares de contas em fintechs que davam aparência de legitimidade às transações.

O obstáculo dos boletos e contas digitais

Um dos maiores desafios identificados no rastreio (follow the money) foi o uso sistemático de boletos bancários emitidos por plataformas digitais e a concentração de transações em contas do tipo carteira digital. Segundo a Polícia Civil, o dinheiro retirado da vítima percorria ao menos sete contas de integrantes, sendo rapidamente pulverizado para dificultar a recuperação e a identificação dos operadores finais.

Deflagração da operação

A Operação Máscara foi deflagrada prioritariamente no estado de Goiás, base da logística da organização criminosa, para cumprimento simultâneo das seguintes medidas cautelares judiciais:

- 09 prisões temporárias: contra membros chaves da associação criminosa;

- 20 mandados de busca e apreensão: para coleta de provas físicas e digitais (celulares, computadores, documentos);

- bloqueios de 09 contas bancárias: para estancar o fluxo financeiro ilícito e garantir a recuperação dos valores.

"O sucesso desta operação demonstra a importância da integração entre as Polícias Civis e o apoio especializado do Ciberlab do Ministério da Justiça. Conseguimos não apenas prender os executores do golpe, mas atacar a estrutura financeira que dava sustentação a esta sofisticada rede interestadual, protegendo milhares de cidadãos vulneráveis" declarou a Delegada Luciane Bertoletti.

O Diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana, Delegado Cristiano Reschke, ressaltou a relevância e o sucesso da operação no contexto da estratégia de combate aos golpes praticados no ambiente digital: “A cada investigação, ampliamos nosso conhecimento sobre as estruturas criminosas e os recursos utilizados por esses grupos para aplicar golpes. Estamos no caminho certo ao priorizar a inteligência, a investigação e a integração, que são pilares fundamentais para fortalecer a repressão a esse tipo de crime. Essa operação demonstra que, com união e planejamento, podemos proteger mais cidadãos e combater de forma mais eficiente as fraudes digitais".

Polícia Civil RS