A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Polícia de São Francisco de Assis, deflagrou na manhã desta quinta-feira (04) a Operação Consortium II, no combate a um grande esquema de comércio fraudulento de consórcios identificado no Rio Grande do Sul. A ação de hoje é uma nova etapa de uma investigação robusta que mira um esquema criminoso altamente estruturado, em atuação contínua há quase uma década.

A fase operacional de hoje ocorreu na cidade de Passo Fundo, epicentro de diversas empresas vinculadas ao grupo investigado. Aproximadamente 200 policiais civis cumpriram 46 ordens judiciais, entre mandados de prisão e mandados de busca e apreensão em residências e empresas, além de sequestro de 37 veículos e bloqueio de mais de 37 contas bancárias, com cifras milionárias determinadas pela Justiça.

Dez pessoas (oito homens e duas mulheres) foram presas na ofensiva desta manhã. A ação resultou na apreensão de veículos de luxo, uma arma de fogo, documentos e diversos artigos de luxo, como joias, relógios, bolsas e outros acessórios.  

O Diretor da 21ª Delegacia de Polícia Regional do Interior (21ªDPRI), Delegado Guilherme Milan Antunes, explicou que o esquema criminoso se estende com ramificações pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Amazonas e Minas Gerais, sendo especializado em estelionatos mediante falsas cotas de consórcio contempladas e promessas de contemplação rápida.

Segundo o Delegado Marcelo Batista Clerici, titular da DP/São Francisco de Assis, as vítimas incluem produtores rurais, empresários, autônomos e pessoas em situação de extremo sofrimento econômico, muitos deles atingidos por eventos climáticos recentes. Vítimas das enchentes que devastaram o RS em 2024 e produtores rurais gravemente atingidos pelas secas recorrentes no estado também foram atingidos pelo grupo criminoso, que se aproveitava da fragilidade emocional e financeira dessas famílias.

Conforme apurado, de 2016 a 2025 foram identificadas dezenas de ocorrências policiais em múltiplas cidades, além de centenas de ações cíveis com narrativas idênticas e prejuízo estimado que ultrapassa R$ 30 milhões.

A ação mobilizou policiais civis de diversas regiões do Estado para garantir o cumprimento simultâneo das ordens judiciais e contou com o apoio da 6ª Delegacia de Polícia Regional do Interior, com sede em Passo Fundo.